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Lei número 9.610 - de 19.02.1998.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um presente.


Um homem, atrás de um balcão
olhava a rua distraidamente.
Uma garotinha se aproximou da loja
e amassou o narizinho
contra o vidro da vitrine.
Os olhos da cor do céu,
brilharam
quando ela viu um determinado objeto.
Entrou na loja e pediu para ver o colar
de turquesa azul
e disse ao dono da loja:
- É para minha irmã.
Pode fazer um pacote bem bonito?
O dono da loja olhou
desconfiado para a garotinha
e lhe perguntou:
- Quanto de dinheiro você tem?
Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia
um lenço todo amarradinho
e tratou de ir desfazendo os nós.
Colocou-o sobre o balcão e feliz, disse:
- Isso dá?
Eram apenas algumas moedas
que ela exibia orgulhosa.
-Sabe, quero dar este presente
para minha irmã mais velha.
Desde que morreu nossa mãe,
ela cuida da gente
e não tem tempo para ela.
É aniversário dela e tenho certeza
que ficará feliz com o colar
que é da cor de seus olhos.
O homem foi para o interior da loja,
colocou o colar em um estojo,
embrulhou com um vistoso
papel de presente
e fez um laço bem caprichado.
- Tome!, disse para a garota.
Leve com cuidado.
Ela saiu feliz saltitando rua abaixo.
Ainda não acabara o dia quando uma linda
jovem de cabelos loiros
e maravilhosos olhos azuis entrou na loja.
Colocou sobre o balcão
o já conhecido embrulho desfeito e indagou:
- Este colar foi comprado aqui?
- Sim senhora.
- E quanto custou?
-Ah!, falou o dono da loja,
o preço de qualquer produto da minha loja
é sempre um assunto confidencial
entre o vendedor e o cliente.
A moça continuou:
- Mas minha irmã
tinha somente algumas moedas!
O colar é verdadeiro, não é?
Ela não teria dinheiro para pagá-lo!
O homem tomou o estojo de suas mãos,
refez o embrulho com extremo carinho,
colocou a fita com o laço e
o devolveu à jovem.
- Ela pagou o preço mais alto
que qualquer pessoa possa pagar.
Ela deu tudo o que tinha.
O silêncio encheu a pequena loja
e duas lágrimas rolaram
pela face emocionada da jovem,
enquanto suas mãos
tomavam o pequeno embrulho.
Moral da história?
Doar-se é dar-se por inteiro,
sem restrições.
Gratidão, não tem limites

para gestos de ternura.
... Dar, sem esperar nada em troca !
Amor, aquece quem recebe
e reconforta quem oferece.

- Desconheço a autoria.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Realidades


Por mais que a gente procure
jiustificar tantos acontecimentos
injustificáveis,
em comentar,
comentar
e comentar descalabros,
eles não acabam.
Alguns inconformismos
e tantos conformismos
com fatos da vida
ultrapassam o tolerável.
Existem muitos desesperos,
diante das fatalidades.
Concordo que
nossas razões são só nossas.
Mas,
Procurar entender,
enfrentar,
sem prolongar turbulências
não me parece incoerências.
Ter bons pensamentos,
praticar boas ações...
Mas não.
Ocos gritos por justiças
  pedem vinganças.
Noções pequenas de humanismos
que só ampliam controvérsias.
Interesses em equipes esbravejam.
Fazem hora extra.
No fundo, no fundo,
cada um
só quer viver a sua vida
e mais nada.
Ninguém quer aceitar
a tal felicidade a longo prazo,
isso, se bem elaborada,
com dose cavalar
de solidariedade.
Fatos nunca vistos se sucedem.
Quem define suavidades,
romantiza exageradamente,
como se vivesse a parte.
E o tempo vai passando,
expondo absurdos
diante de indagções
infrutíferas.
Entretanto atitudes,
não são ações meramente
complementares
e é o que se vê,
o que se ouve.
Ressaltam-se análises.

Nada sólido,
e quase ninguém
em pleno bem-estar.
A única evidência
são vidas,
no Brasil e no mundo,
visivel e
quase que totalmente
monitoradas.
A tecnologia trabalha sòzinha.
Idéia incorreta
se não dá acesso a soluções.
Históricos
mesclados com fronteiras,
tentando domar
o que parece indomável.

Cecília Fidelli.

Travessia.

Atravessar noites frias,
sombrias...
O relógio
marca os momentos
das insônias.
Estimula.
Água, cafèzinhos...
As inspirações se revezam,
tentam negociar,
em forma de poesias.
Sonhos e pesadelos
sem restrições.
Esse é o esquema.
E a gente viaja.
Passa pelas horas
se aconchegando em sonhos.
É hora de ir atrás
dos rastros dos sentimentos.
A poesia é uma ponte,
que constantemente
nos leva a territórios
extremamente desconhecidos.
Entramos por atalhos
e saímos por estreitas aberturas.
Passamos por longos caminhos.
Seguimos por mangues,
por extensos jardins delirantes
e por vielas perigosas.
Cruzamos com pássaros,
com morcegos.
Mas a gente encara.
Caminhos se abrem.
Caminhos se fecham,
com emoções
que nem sempre
são as preferidas.
Garimpamos a alma na madrugada.
Ninguém pra nos fiscalizar,
nem secreta, nem publicamente.
Poeta não tem RG,
nem tem placa.
Falamos,
pra nós mesmos ouvirmos.
Vagalumes e grilos.
Tantos céus, tantos mares.
Todos tão longe...
E a gente pergunta,
a gente responde,
e vai ficando assim,
sem respostas.
De repente a lua aparece.
Fica tão perto!
A velha regra,
tranquiliza.
Corações fechados,
abandonados...
Corações felizes,
deslumbrados.
A poesia
é um gerador de energias,
a serem compartilhadas.
Segue rios, segue ruas,
pula as pedras
e os entulhos.
Poetas não usam uniformes.
São disformes.
Magias que valem a pena,
nostalgias que dão pena.
É preciso ir muito longe
para encontrar,
para encontrar-se.
Nem sei há quanto tempo
estou aqui
como se o mundo
estivesse caindo,
e como se nada
estivesse acontecendo.
A poesia aquece a alma.
Discorda, concorda.
Pensamentos turbilhonando,
delatando loucos
em desabafos insanos.

Cecília Fidelli.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Morna e calma.


A madrugada
tem um gostinho diferente.
Inspira.
Altera o ar.
Tem passos largos, lentos.
Sob o caminho das estrelas,
o glamour da lua.
Ternura e sensibilidade.
Já o mar...
Parece
ainda mais encorpado.
Tem vaga para os poetas.
A madrugada
é um albergue,
terno, confiável.
Súplicas e cansaços.
Magias profundas...
Mecanismos sedutores,

determinantemente
vinculados.

Cecília Fidelli

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

causa e efeito

O outono me presenteia
com um tapete
de folhas secas.
Suspende o sorvete.
Passa o chá quente.
O vento se encarrega
de trazer o mistério,
e o aconchego
indescritíveis
do momento.
A lua pensativa,
ingênua,
inspira poesia.
E o mar
espalha maravilhas.
Como me apetece
esse sabor!

Cecília Fidelli.

Uma nova perspectiva.


Você quer ter um bom dia?
Vá pra frente do espelho
logo cedo e sorria.
Só isso.
Viu?
É desse jeito que o dia
vai rolar.
Lave o rosto
escove os dentes,
perca um tempão no chuveiro
e caia na vida.
Hoje é segunda.
Não tem missa,
nem churrasco improvisado.
Futebol no campinho,
só no próximo domingo.
E vê se vai com paciência, heim?
Pra que a alma e o coração
guardem imagens
com altas definições,
a gente tem que estar
bem antenado.
Tá ligado?
Oponentes?
Adversários?
Deixe-os de lado.
Proporcione-se um dia novinho.
Ele vai terminar
como está començando.
Diante do espelho.
De olho!
Lavar o rosto,
escovar os dentes
e cair nos sonhos.
Digo, no sono.
Mas não antes
daquele belo sorriso.
Pronto!
Respire aliviado.
Só a gente pode escolher.
Afinal, não existem
vários tipos de paz.

Cecília Fidelli.

Pega aí !

Felicidade é como a vida,
curta e inesperada.
Felicidade é como a brisa,
suave e desejada.
Felicidade é chorar,
sorrir,
ao ver um amigo acenar.
É sentir-se satisfeito,
agir,
quando mais um chegar.
Felicidade é sorrir
com pouco sofrer.
É fazer desse pouco,
motivo para bem viver.

Stella*Star*

domingo, 31 de julho de 2011

Do livro: Coisa Nossa

Com a sensibilidade das mãos,
sinto a roupa seca no varal.
Com a da alma,
sinto a poesia do vento que passa.

Cecília Fidelli.