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sábado, 9 de julho de 2011

Transitoriedade.

Lareira
em clima de montanha
ascendendo o calor.
Folhas secas essenciais à paisagem.
O vento já vem trazendo o amanhã.
O sol em renovadora atmosfera,
já ensaia lançar os primeiros raios.
É a vida se repetindo
na necessidade
de novas inspirações.

Cecília Fidelli

Entre a terra e o céu.


As borboletas.
Manifestações de vidas que encantam.
Não deixam digitais.
Se impõem firmemente
através da beleza de suas cores.
Silenciosas existências.
Seres lindos de centímetros,
pousando
em verdadeiros paraísos.

Cecilia Fidelli.

Coqueiro Verde.

Em frente ao coqueiro verde
esperei uma eternidade
já fumei um cigarro e meio
e Narinha não veio
como diz Leila Diniz
homem tem que ser durão
se ela não chegar agora
não precisa chegar
mas eu vou me embora
vou ler meu Pasquin
se ela chega e não me vê
sai correndo atrás de mim

Erasmo Carlos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Mergulho no tempo.


Hoje, ninguém mais precisa
fazer curso de datilografia,
nem usar máquina fotográfica analógica
ou ter, necessàriamente,
um telefone fixo.

Quem sabe colecionar vinís
ainda esteja na moda.
Ai de quem não tiver pressa!

Antigamente,

tínhamos que compor imagens
com as teclas do teclado.
E há quem diga
que usar computador é muito lerdo,
porque depois,

ainda temos que imprimir.

Hoje,

não é mais preciso improvisar
nem usar muito a cabeça.
Não, não precisa mais fazer tudo isso.

Passamos horas e horas na internet,
sentados,

guardando as colorias
e devorando os hamburgues do infarto.

Gorduras - bombas.
Pesam,

nos anorexistas
e nas anorexistas das idéias.
O pior...

KKKKKK
é que eu sou uma delas.

Só não falo internetês,

mas estou sempre por aqui,

buscando informações

e digitando,

o que os pensamentos me concedem.



Cecília Fidelli.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

De dentro pra fora.


Sonhar e realizar.
Sem previsões no caminho,
vamos nos entregando
aos pensamentos
que dão origem
às transformações
que desejamos.
Microscópios.
Telescópios.
Olhamos simultaneamente
diversos horizontes.
Meio cá, meio lá,
excluindo vozes surdas,
tencionando pelo menos fragmentar.
Porque fomos inscritos
na escola da vida
chamando a atençao,
particularmente,
para um foco,
chamado alcançar.
Referências não faltam.
Tempo não falta.
Podemos ouvir
vozes de serafins.

Podemos sonhar e realizar.
Nada se realiza sem sonhos.
Procuramos meios
até imperceptíveis.
O que importa,
é não se exaustar,
nem momentaneamente.
À produção de vazios,
retrucar.

Cecília Fidelli

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Aceita o convite?


Que seus sonhos

tenham acordado cedo.
Os meus?
Estou com a lista na mão.
Não tenho que pensar em alguma coisa.
Todo mundo sabe que o dia-a-dia
sempre nos trás novas supresas.
Combinei comigo mesma
que hoje vou ficar só
com o que é bom,
que é o que todo mundo quer.
Os horizontes ficam maiores!
Não interessa se o dia começa
às 7, ou se começa às 10:00 h.
Interessa, que se estiver ruím,
nós possamos fazer
com que ele pareça
o que não parece,
quebrando, inclusive,
os espelhos retrovisores.
Olhar pra frente,
deixando tudo que passou
pra trás.
Isso mesmo.
Muito fácil.
Hoje,
vou fazer de conta,
que o gato comeu a minha língua.
Flutuar em novas percepções.
Se a gente se esforçar
a gente consegue.

Crescer a cada dia,
é como andar de bicicleta.
Demora um pouquinho,
mas a genta alcança os pedais.
Vamos conferir
se os pássaros já estão por ai
fazendo a festa.
E quero você do meu lado.
Vamos ver que surpresas
a vida nos reserva pra hoje.
Chuvinha ou sol
restauradores.
Vem.
Quer uma carona?

Cecília Fidelli.

Com base em erros e em acertos.


Não é possível,
infelizmente,
caminharmos apenas
por momentos únicos,
especiais.
Repousamos
e nos refugiamos neles,
através da memória.
Na prática,
o tempo é bastate severo.
E quanto mais ele passa,
mais acumulamos momentos,
a serem recordados.
Ferem e travam.
Só prova que o agora,
não é tão superficial
quanto possa parecer.
É consistente.
Parece que se perde ao vento
como as palavras de um poema.
Um belo dia
abrimos o livro sagrado
de nossas vidas
e nos deparamos novamente
com imãs do passado,
em curso e sempre junto.
Absolvendo ou condenando.
Tudo na vida vira silêncio
minorando sofrimentos.
Alegrias também recuam.
Nada se perde.
Todos as realizações
e todos os sonhos
ficam guardados,
em baixo da manta
de um suposto
esquecimento.

Cecília Fidelli.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Podemos mudar o rumo de muitas histórias.

Durante um confronto bélico,
um orfanato de missionários,
numa aldeia vietnamita,
foi atingido por várias bombas.
Os missionários e duas crianças
morreram na hora
e muitas ficaram feridas,
inclusive uma menina de 8 anos.
Através do rádio de uma aldeia vizinha,
os habitantes buscaram socorro dos americanos.
Um médico da Marinha e uma enfermeira chegaram
trazendo apenas maletas de primeiros socorros.
Perceberam logo
que o caso mais grave era o da menina.
Se não fossem tomadas providências imediatas,
ela morreria por perda de sangue.
Era urgente que se fizesse uma transfusão.
Saíram à procura de um doador
com o mesmo tipo sangüíneo.
Os americanos não tinham aquele tipo de sangue,
mas muitos órfãos que não tinham sido feridos
poderiam ser doadores.
O problema agora, era como pedir às crianças,
já que o médico conhecia
apenas algumas palavras em vietnamita
e a enfermeira tinha poucas noções de francês.
Usando uma mistura das duas línguas e muita gesticulação,
tentaram explicar aos assustados meninos que,
se não recolocassem o sangue perdido,
a menina morreria.
Então perguntaram se alguém queria doar sangue.
A resposta foi um silêncio de olhos arregalados.
Finalmente, uma mão levantou-se timidamente,
deixou-se cair e levantou de novo.
Ah, obrigada - disse a enfermeira em francês.
- Como é o seu nome?
O garoto respondeu em voz baixa: Heng.
Deitaram Heng rapidamente na maca,
esfregaram álcool em seu braço
e espetaram a agulha na veia.
Durante esses procedimentos,
Heng ficou calado e imóvel.
Passado um momento, deixou escapar um soluço
e cobriu depressa o rosto com a mão livre.
Está doendo, Heng? - perguntou o médico.
Heng abanou a cabeça, mas daí a pouco
escapou outro soluço
e mais uma vez tentou disfarçar.
O médico tornou a perguntar se doía,
e ele abanou a cabeça outra vez,
significando que não.
Mas os soluços ocasionais acabaram virando
um choro declarado,
silencioso, os olhos apertados,
o punho na boca para estancar os soluços.
O médico e a enfermeira ficaram preocupados.
Alguma coisa obviamente estava acontecendo.
Nesse instante, chegou uma enfermeira vietnamita,
enviada para ajudar.
Vendo a aflição do menino, falou com ele,
ouviu a resposta, e tornou a falar com voz terna,
acalmando-o.
Heng parou de chorar e olhou surpreso
para a enfermeira vietnamita.
Ela confirmou com a cabeça
e uma expressão de alívio
estampou-se no rosto do menino.
Então ela disse aos americanos:
Ele achou que estava morrendo.
Entendeu que vocês pediram para dar todo o sangue
para a menina poder viver.
E por que ele concordou? Perguntou o médico.
A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta,
e Heng respondeu simplesmente:
Porque ela é minha amiga.

- Desconheço a autoria -
Acrescento:
- Para fazer o bem,
é sempre necessária a ação da vontade.

Vivo


Em pleno século XXI
Quando eu morrer
Quero meu corpo
Plantado
Na cova
Onde ele possa
Se doar
Integralmente
Como nutriente
Das plantas
Como não me
Foi dado
O direito em vida
De ser
Plenamente
Humano
Possa pelo menos
Ser vivo
Entre os mortos

Heitor Humberto de Andrade.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Terra. Hospedeira da PAZ.

Crianças,
vou falar das coisas boas do mundo.
Aqui, todos nós temos nome.
Não sobrenomes ou números.
Não existem quatro estações na terra.
A temperatura é sempre agradavel.
As pessoas vivem até 500 anos,
com saúde, com qualidade de vida.
Batalhas, são jogos esportivos
que as pessoas praticam
não por cultuarem o próprio corpo
mas,
por exaltarem a vida.
Os vícios
foram banidos há séculos.
Dores, doenças, idem.
Nos meios de comunicação,
só bons exemplos,
onde imorais não têm vez.
No lugar de noticiários,
só musicais!
Escola,
é um lugar onde aprendemos,
um espaço de aperfeiçoamento,
um prolongamento da educação do lar.
Guerras,
e toda sorte de discordâncias,
já não existem mais
nem em arquivos completos.
Fanatismos,
são coisas de planetas inferiores.
Amizade e amor ao próximo
prevalecem
sobre qualquer coisa
e são incansàvelmente divulgados.
À cada dia
surgem milhares de propostas
em favor da felicidade dos homens.
Fronteiras?
Um conjunto de coisas
que não fariam sentido,
em hipótese nenhuma.
Jovens e adolescentes,
respeitam os mais velhos.
Idosos são referências, são protetores.
De tantas e profundas experiências.
Todos os povos,
falam a mesma língua.
Todos procedem corretamente.
Os animais são seres respeitados,
são seres bem tratados.
Não há
quem não endeuse a natureza.
Violências, vinganças
ficaram no passado.
Aqui todos se auxiliam,
se compreendem,
todos são verdadeiramente irmãos.
Palavras como pretexto,
por exemplo,
não constam mais nos dicionários.
Segredos,
foram literalmente escondidos.
Presente é vida,
sem alterações de parâmetros.
Dissimulações, corrupções,
   estão enterrados em deserto longínquo,
que ninguém
pretende explorar um dia.
Poetas, não descrevem
mais anjos da noite.
Como não existe,
ninguém  insulta a miséria.
Não existem mais distinções,
distorsões,
nem preconceitos.
As sociedades só têm valores nobres.
Pais bendizem seus filhos,
não levam em conta
sacrifícios,
jamais jogaram um bebê no lixo.
Pra não continuar dizendo
que não, que não,
filhos, são sempre carentes
de colos sublimes.
Alegrias,
são sorrisos suaves, olhares serenos,
corações generosos, e meiguices,
sempre,
carregados de ramos de amor.
E amor,
é o único que tudo faz pra ser o primeiro.
A humanidade
não tem religião,
tem laços com Deus.
Porque Ele é o Primeiro:
- O SENHOR DOS UNIVERSOS.
Governantes?
Não, não.
Seguimos os ensinamentos de Cristo.
Ah! Delegacias, presídios, cadeias???
São paz de espírito,
por isso, somos todos absolutamente
L I V R E S.

Cecília Fidelli.
01.01.3000

domingo, 3 de julho de 2011

Aqui deixamos nossos restos

A vida é cheia de extremos.
Por ela "a gente se mata".
O céu azul

cresce diante de nossos olhos.
Vai até o infinito.
Entretanto, ventos fortes passam
de modo que se tema,
mas não nos moldam.
Verão e inverno se alternam.
Só o outono e a primavera
parecem não sufocar a alma.
Voamos feito andorinhas.
Voamos feito águias.
Inofensividades não são regras.
Vivemos num vasto vale.
De festas, de lágrimas.
Constantes desafios.
Não tem um remedinho?
Somos uma secreção
com cheiro de almiscar.
Se parecem palavras absurdas,
não tome ao pé da letra.
Em intrigantes reflexões,
a suavidade ou agressividades

dos ensinamentos
  a cada momento
acrescentam

ou deveriam acrescentar 

conhecimentos.
Notável.
Viemos para nos desarmarmos,
para plantarmos a paz.
Não fomos

simplesmente convidados.
Só que somos depredadores
de nós mesmos.
Assim, milênios se passam.

Cecília Fidelli