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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Oscilações.

De vez em quando
a vida pode até ficar vazia,
não pequena.
Tudo depende do que se guarda
no coração.
Os sentimentos mergulham,
emergem, flutuam.
Possibilitam ou impedem.
É o coração quem dá os toques,
mas nós damos os retoques.
Somos nós
quem o descascamos 

quando ele cria casca.
Por isso quando choro,
soluço gostoso.
Quando sorrio,
faço com que sintam,
  até o gosto.

Cecília Fidelli.

Erupções.


O que um homem pode dar de presente
à uma mulher
de mais bonito que ele tem,
é seu amor e sua sinceridade férteis.
Isso é fundamental.
Isso é crucial.
Não existem controvérsias.
Relacionamento não é só calor.
É uma temperatura muito mais alta,
uma temperatura muito mais ardente.
E no calor das almas afins,
não existem nuvens carregadas.
Não existem noites,
nem dias chuvosos.
É indiscutível que um homem íntegro,
sensível,
recebe os melhores
e mais puros fluxos femininos,
pra todo o sempre,
sem incertezas.
Os verdadeiros vulcões
têm suas próprias características.
Nem tanto queimam,
nem tanto esfriam.
Relacionamentos puros e intensos,
não ficam só na superfície.
Ou seja,
desencantar uma princesa
é sapiar sua própria dor.

Cecília Fidelli.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

terça-feira, 19 de julho de 2011

Criando Asas.

Quando nossos sonhos crescem
os vazios desaparecem.
Voar livremente,
atingir as nuvens
em pensamentos.
Perder um tempão com o sol absoluto.
Sentir a brisa do mar,
ter um cantinho nas montanhas
ou estacionar nas próprias vontades.
Beijar as flores,
embriagar-se de suas cores.
Perder-se no espaço
e percorrer das alturas,
todos os caminhos lá de baixo.
Distanciar-se ao acaso.
Estou convencida de que
na leveza de cada ser,
de cada espécie,
há sempre algo inesperado,
ou algum doce mistério.
Um vento estimulante,
um céu calado
emudecendo a magia,
como se o mundo fosse só silêncio.
Como se todos estivessem adormecendo.
Mas, estou consciente.
Apenas permaneço
nas imaginações do momento.

Cecília Fidelli

O ter e o ser.



Um pai,
em uma situação muito confortável de vida,
resolveu dar uma lição a seu filho
ensinando-lhe o que é ser pobre.
Ficaria hospedado por alguns dias
na casa de uma família
de camponeses.
O menino passou três dias
e três noites vivendo no campo.
No carro, voltando para a cidade,
o pai lhe perguntou:
- Como foi sua experiência, filho?
Boa, respondeu o menino
com o olhar perdido à distância.
E o quê você aprendeu? Insistiu o pai.
O filho respondeu:
Que nós temos um cachorro
e eles têm quatro.
Que nós temos uma piscina
com água tratada, que chega,
até metade do nosso quintal
e eles têm um rio inteiro
de água cristalina, com peixinhos
e outras belezas.
Que importamos lustres do Oriente
para iluminar nosso jardim,
enquanto eles têm as estrelas
e a lua para iluminá-los.
Nosso quintal chega até o muro.
O deles vai até o horizonte.
Compramos nossa comida
e esquentamos em microondas,
eles cozinham em fogão à lenha.
Ouvimos CD's, Mp3,
eles ouvem a sinfonia dos pássaros,
sapos, grilos, tudo isso,
às vezes, acompanhado
pelo sonoro canto de um vizinho
trabalhando sua terra.
Para nos protegermos
vivemos rodeados por um muro,
com alarmes.
Eles vivem com suas portas abertas,
protegidos,
pela amizade de seus vizinhos.
Vivemos conectados ao celular,
ao computador,
sempre plugados,
neuròticamente  atualizados.
Eles estão conectados à vida,
ao céu, ao sol, à água, ao campo,
animais, às sombras das árvores
e às suas famílias.
O pai ficou impressionado
com a profundidade do conhecimento
que recebia do filho
e então o filho terminou:
- Obrigado, pai,
por ter me ensinado
o quanto somos pobres.

- Desconheço a autoria -

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cárdio Poema.

Até que ponto
um amor ilusório
é viável?
No final a gente ga$ta
com a saúde.
Porque desgasta
o coração,
com a saudade.

Cecília Fidelli.

Ramos e Arranjos.

Flores,
são constituídas
das emoções que proporcionam.
De um pouco de sensualidade
e pureza.
Quando Deus criou as flores,
certamente fez estudo minucioso
sobre o impacto que deixariam.
Nuances.
Silhuetas.
Perfumes.
Espinhos.
No caso dos espinhos,
tanto podem proteger,
quanto machucar.
Entretanto,

como em nossas vidas,
também têm
o dedo do Altíssimo.
Nós é que damos
um sentido externo
para a aparência humana
que costumamos chamar
de verniz.
Muitos se atrevem.
Entretanto,
é apenas uma condição
temporária.
Nem sempre revelamos
nossa essência,
mas certamente,
somos uma faísca do amor.

Cecília Fidelli.

O NASCER DAS BORBOLETAS.

Em muitas situações,
a intimidade criativa
propicia fórmulas e recursos
para vencer o antagonismo.
Assim,
quem tem a hostilidade no fluir
de inúmeras horas,
poderá vir a contemplar a transfiguração:
a novidade aprazível.
E, apesar de atazanado pelos “grilos”,
o poeta consegue
fazer o mundo diferente:
um feudo de fantasias
em que até minhocas
criam asas
como fossem borboletas.
Mercê de seus falsos voos,
os expectantes
juram que são verdadeiras.
E a vida fingida escoa
ancorada nessa certeza do Novo.
Só pra que não passemos por falsários...

Joaquim Moncks.

– Do livro SORTILÉGIOS, 2011.
http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3101723

domingo, 17 de julho de 2011

Cartão Poético

Parte Final.

O amor
é como um cálice de cristal.
Daqueles convencionais.
Existem os que duram muitos anos
e os que se quebram
pra nunca mais.

Cecília Fidelli.

Ah! O Senhor dos Universos!

Revelar segredos.
Falar das chagas do coração.
Quantos existem
sem vida, sem luz,
contemplando escuridões nada suaves?
Poemas aflitos,
parecem ser escolhidos,
como se pedissem socorro.
Vêem o invisível,
maldizem.
Mas toda criatura merece
pelo menos,
um dia, ou
uma noite,
de núpcias com o Criador.
Na terra... ou no céu.

Cecília Fidelli.


MUITO OBRIGADO POR VISITAR O BLOG.

É sempre um prazer incentivador

ter você por aqui!

Aí está ele.


Um poema,
não sabemos quando vai ser iniciado.
Não sabemos
quando se fará ponte entre nós.
Um poema é aquele seu, meu mundo,
nosso cartão de visitas.
Poemas contém trajetórias,

são concretos.
Dos mais significativos e vistosos,
àqueles que trazem simplesmente,
um beijo ao seu coração.
São enxurradas, poeiras.
Trazem luzes, muitas vezes sombrias.
Transmitem sons e imagens.
Enviam armas ou paz consignada.
A gente sente, a gente grava.
Poema fala, poema cala.
Assim vamos voando.
Poetas são como asas deltas.
Fica aqui, um poema.
Um ensaio, com um sentimento vago,
meio sem emoção.
Coisas da madrugada,
que acionam os dedos em reflexão
depois saem por aí... feito um avião.

Cecília Fidelli.