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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Intranquilidade banal ...

Através da janela,
estranho recital.
Redescubro o gosto do café.
Chove e o vento
não se oculta do constrangimento.
Leio jornais velhos,
observando o comportamento do tempo.
Estou me procurando
pra não ficar sòzinha.
Há pouca luz do sol
e as nuvens se posicionam
desordenadamente.
As folhas das árvores
balançam frenèticamente
e se atiram ao chão.
As lágrimas da natureza seguem
relatando o espetáculo.
Indefinido perfume do inverno
fora de época.
Jornais antigos,
um bom livro,
um bom disco em viníl,
um bom cigarro...
Através da janela
procuro a essência de minh'alma
e coloco os pingos nos meus ís.
Mas hoje,
pretendo retornar mais cedo dos sonhos,
embora não saiba nem que horas são.
Nem quero saber.
Vago na amplidão,
tricotando essa intranquilidade.
Um rio de pensamentos,
enxarcados de desabafos,
nada no silêncio.
Na inconstância de cada minuto,
a sombra de uma melancolia profunda.
Meu coração segue
em obediência ao céu tristonho,
levitando na neblina
dos meus anseios.
São as lágrimas da natureza
e a inconstância do sol,
afagando meus delírios poéticos.

Cecília Fidelli.

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