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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Amor em nossos atos só faz bem.

O que tem o inverno?
O inverno vem lá das alturas,
onde a sensibilidade
desliza com o vento.
Bate forte o coração
e a temporada de calor poético
entra em ação.
Conheço bem as baixas temperaturas
de Itanhaém,
Campos do Jordão,
Curitiba,
das Serras Gaúchas,
das paisagens Catarinenses.
Ai!
Que frio!
Picos que sugerem agasalhos coloridos.
Parece que no inverno,
tem mais restaurantes românticos,
mais bosques,
noites de sonhos
em acolchoados perfumados
e macios.
Mas em alguns pontos das cidades,
não muito turísticos,
alguns opostos não se atraem.
Lá onde ficam os abandonados
moradores de rua,
carentes sob marquises,
sobre papelões.
Noites de pesadelos
sem nenhuma energia.
O inverno
 tem essa mistura de desigualdades,
dissabores.
Do lado de dentro lareiras,
sopas cremosas,
vinhos quentes,
jantares com música ao vivo.
Do lado de fora
restos de comida extraídos do lixo.
Poderia listar
diversos cartões postais de inverno
que enchem os olhos
ignorando os "aventureiros" de plantão
caminhando pra lá e pra cá
congelados como se fossem pinguíns
e outros com chás e cafés requintados.
É...
O inverno tem esses tristes roteiros.
É preciso distribuir solidariedade.
(Diga-se de passagem,
não só no inverno).
Distribuir agasalhos e calçados
que a gente não usa mais.
Contemplar famílias pobres
com algum calor humano,
algum conforto íntimo.
Pão,
chocolate,
biscoitos,
até pizza.
Infelizmente,
tudo na vida tem um preço.
O inverno é uma boa oportunidade
de aquecer alguns corações
que se refugiam em baixo de pontes
ou que vivem em barracos miseráveis
cheios de buracos.
Estamos todos unidos.
Pobres e ricos na rota do destino.
Mas o inverno e suas "leis"
também dá as diretrizes
de amor ao próximo.
O inverno
pode ter um significado mais humano
sob a luz da razão.
O inverno deixa todo mundo
meio tristonho,
solitário ...
Mais um motivo pra raciocinarmos,
de coração pra coração.
O mesmo inverno que nos conduz
a calientes paixões,
conduz outras pessoas
 aos limites físicos.
Como todas as outras estações
é pra todos
e o vento gelado,
a fome,
a garoa constrangedora,
são inescrupulosos.
Abrigo e proteção para muitos
pode ser simplesmente,
aquela velha colcha de retalhos
 mágica,
que nem usamos mais
e a esperança de viver
um clima mental diferente.
Que chegue uma neve de cobertores
às creches,
aos azilos,
aos albergues.
O inverno é o tempo certo
para socorrermos os feridos na alma.
Que hajam muitos espetáculos refinados
nos festivais de inverno,
mas que nas encruzilhadas das incertezas,
o aroma das mansões luxuosas
possam também esquentar sonhos
porque é impossível adormecer com fome,
amordaçar o frio.

Cecília Fidelli.
- Escrito em Junho de 1976.

Um comentário:

  1. Foto das águas geladas do mar
    no inverno-2012,
    de Itanhaém
    tirada pelo meu filho
    Felipe M.Fidelli.

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